Brincando com pinça e algodão colorido

             A atividade utilizando a pinça, o algodão colorido  e a cartela, é muito rica, trabalha com a musculatura fina (o movimento de pinça), concentração, percepção das cores, sequência e quantidade. Ela vai sendo aperfeiçoada na medida em que é feita com frequência. No início, a criança sente dificuldade, é normal. O desafio vai sendo vencido a cada brincadeira. Essa atividade é muito prazerosa!

 

Atividade com bexiga

          Nesta atividade é entregue ao aluno uma bexiga para que ele encha um pouco com um diâmetro de 10cm, depois coloca-se na mesa uma folha A3 e respingue as tintas (pode ser quatro ou mais cores) espalhadas. Em seguida, peça ao aluno para que coloque a bexiga em cima da folha e espalhe a tinta, fazendo um desenho bem criativo! 

           Nesta atividade eles trabalharam a musculatura fina, a criatividade e a concentração para não deixar a bexiga sair fora da folha.

     

        ATIVIDADES DE PSICOMOTRICIDADE QUE AUXILIAM NO DESENVOLVIMENTO DA MUSCULATURA FINA E AMPLA, CONCENTRAÇÃO E COORDENAÇÃO MOTORA.

1. Material: 1 bacia média, 10 bolinhas de isopor, 1 peneira plástica e 1 baldinho.
2. A criança deverá pegar as bolinhas de isopor, que estão na água, com a peneira e passar para o outro balde, não pode usar a outra mão para ajudar, só pode pegar uma bola de cada vez e as bolas que caírem no chão não poderá voltar para a bacia; só voltará na final.  Ao terminar todos ajudam a contar as bolinhas que estão na bacia seca que serão os pontos.

No início da atividade demonstrei como fazia e o aluno realizou a atividade com êxito!

Ele conseguiu pegar as bolinhas com a peneira (uma por uma) e colocar no baldinho!

Essa atividade foi realizada com muita alegria e êxito, o aluno explorou ainda mais, quis fazer de novo só que utilizando as mãos.

        

        Partindo do interesse do aluno,eu substitui as bolinhas por letrinhas de emborrachado, e iniciei explorando as letras do nome do aluno. Por exemplo: (nesse exemplo, utilizarei o meu nome) Pegue o L de LAUANA ; repita L de LAUANA, depois mostre o crachá com o nome LAUANA para servir de apoio. Aproveitar para fixar bem a letra inicial. Depois dê o comando: Pegue o L de Lauana. E explicar você está pegando o L de LAUANA. Essa atividade faz com que a criança vá percebendo que aquela é a letra dela.

          As atividades precisam ser prazerosas e criativas. E muitas vezes, é preciso criar outras maneiras e atingir objetivos diversos explorando aquilo que o aluno mais se identifica.

                             

Experiência que vale ouro

      Há um bom tempo, trabalho com  crianças autistas e a cada ano me surpreendo com o desenvolvimento de cada uma delas. Cada caso com características próprias, uns calmos outros nem tanto...uns muito carinhosos outros se descobrindo...e assim aprendi a ter um olhar diferenciado. Observei que os autistas são capazes de se desenvolver muito bem respeitando seu tempo e seu interesse(algo que seja significativo para ele). O professor tem que estar atento ao seu desenvolvimento buscando estratégias de aprendizagem que tenha significado para ele;e dessa maneira  conseguir que o aluno se desenvolva cada vez mais. O professor também deve tentar fazer com que esse aluno se interaja com o restante da turma. O amor é a base do sucesso de todo trabalho. E através do amor incondicional que conseguimos romper com as barreiras e alcançar o sucesso da aprendizagem significativa.

O importante é estimular!

1. Criar vínculos com o aluno facilita sua aceitação das atividades propostas.
2. Criar situações de acerto, iniciar com atividades que ele consegue fazer.
3. Fornecer instruções claras e concretas.
4. Sempre reforçar a conduta correta.
5. Ambientes, horários e materiais sempre muito organizados são muito importantes.
6. Registrar sempre.
7. Valorizar cada conquista, tudo realizado com muito carinho.
8. O tom de voz precisa ser firme e seguro, com comandos. Limites claros e simples.(sim e não; junto com o apoio do movimento da cabeça)
9. Usar palavras curtas e de fácil entendimento.
10. É preciso adaptar as mesmas tarefas feitas na turma, de forma que haja maior compreensão para o aluno autista realizá-la.
11. A colaboração dos pais é essencial. É preciso parceria. Se possível entrar em contato com toda a equipe que realiza atendimento a ele para tornar a aprendizagem mais significativa.
12. É preciso que se realize trabalhos em pares de alunos para que as atividade não sejam realizadas só com o professor. O professor faz a ponte com os colegas.
13. A música com dramatização é excelente recurso para que aconteça a aprendizagem.
14. É necessário estar atento aos sinais que o próprio aluno dá onde podemos puxar um "gancho" para que a aprendizagem aconteça.
15. Trabalhar a psicomotricidade é fundamental! As atividades precisam ser específicas e direcionadas para a musculatura fina, ampla, lateralidade...
16. Procurar realizar as atividades em ambientes tranquilos, sem barulhos e com boa luminosidade.

Rotina: é fundamental para a organização do autista

          O autista não está habituado a uma determinada rotina, ele não valoriza. Por isso, é preciso criar uma rotina com ele. Na sala de aula, a rotina deve ser feita para todos os alunos e adaptada para o aluno autista; primeiro utilizando objetos referente a determinada ação, como: hora da brincadeira ( representada por um jogo), hora da roda de música (um instrumento musical), hora de lavar as mãos (representada por um sabonete), hora do lanche (um pacotinho de biscoito), hora de escovar os dentes (uma escova de dente), hora de ir ao parque (uma pazinha ou um baldinho), hora da história (um livro), hora do vídeo (um dvd)...Depois coloca-se  tudo num tabuleiro de antecipação. A cada momento é apresentado ao aluno autista na sequência o que vai ser realizado, entregando a ele tal objeto, relacionado com a hora especificada na rotina, falando a que se refere pausadamente, por mais de uma vez. Este objeto fica com ele até o término da atividade onde o aluno retorna  o objeto para a caixa.

Dia Mundial de Conscientização do Autismo será comemorado hoje dia 2 de Abril

       RIO - Neste sábado, 2 de Abril, será comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada em 2008 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para alertar a população sobre o assunto. Várias ações estão programadas, como a iluminação de prédios e monumentos de azul. Em São Paulo, estarão iluminados o Monumento às Bandeiras, o Viaduto do Chá e a Assembleia Legislativa; no Rio, o Cristo Redentor; em Brasília, o Congresso Nacional; e em Manaus, o Teatro Amazonas. Além disso, a Defensoria Pública de São Paulo lança a cartilha "Direitos das Pessoas com Autismo", com informações sobre sintomas, diagnóstico e tratamento.

       No Brasil, o autismo atinge cerca de dois milhões de pessoas e no mundo, segundo dados da ONU, já são 70 milhões. Segundo a psicóloga Fátima Cavalcanti, doutora em Saúde Pública, professora do mestrado em 'Psicanálise, Saúde e Sociedade' e coordenadora do Laboratório de Práticas Sociais Integradas da Universidade Veiga de Almeida (UVA), o autismo é um espectro de desordens que têm em comum o isolamento, o prejuízo à interação social e a dificuldade de imaginação, além do não contato visual. Como ainda não se descobriu a causa (acredita-se que sejam múltiplas), a chave do problema estaria na atitude da família que enfrenta um caso de autismo. Leia abaixo trechos da entrevista com a psicóloga:

Em que um dia de conscientização ajuda o autismo?

       O autismo ainda é um desconhecido e gera perplexidade, porque o autista tem um comportamento diferente, uma dificuldade de socialização. Hoje, com o diagnóstico precoce, a sofisticação dos tratamentos e o melhor preparo das escolas, há casos de autistas fazendo faculdade. Um dia de conscientização ajuda a entender e a falar sobre isso.

O que os pais podem observar a fim de chegar a um diagnóstico precoce?

     Um bebê (até os três anos de idade) que não se acomoda no colo, não olha no olho e tem dificuldade de aprendizado - porque o bebê aprende com o olhar da mãe - deve ser observado. A linguagem também é difícil porque o autista tem uma linguagem literal, direta e concreta, é uma troca difícil, já que nossa linguagem é muito metafórica.
     Como Piaget diz até os 3 anos de idade a personalidade das crianças já estão formadas.
      Se eu não me reconheço como "eu", eu não reconheço o outro como "outro". No autista o desejo precisa ser encontrado, não quer dizer que ele não tenha desejo e sim que ele não demonstra. A motivação é interna (vem de dentro para fora) o máximo que o exterior vai  fazer é estimular. Quanto mais rápido for detectado mais rápido vai ser o tratamento. 

Qual é o caminho para o tratamento correto, já que há tantas opções?

       Nem a Ciência chegou a um consenso sobre o autismo, as famílias ficam confusas com tantas informações e se tornam grandes estudiosas do assunto. O primeiro passo é passar pelo luto do filho idealizado que é muito difícil. Depois, é olhar pra frente, enxergar as qualidades, os limites e lidar com esse filho real, contando com a ajuda de uma equipe que trabalhe de forma integrada, hierarquizando os tratamentos. Em geral, observo que a família se reinventa. Mesmo quem nunca teve que lidar com um filho autista, já passou por dificuldades e qualquer deficiência é uma situação limite que desafia o ser humano a ser melhor.